Esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários causa prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
Uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que resultou em descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação, denominada “Sem Desconto”, foi deflagrada em abril de 2025 e cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal.
O esquema envolvia entidades sindicais e associações que, sem autorização dos beneficiários, realizavam descontos em seus contracheques. Essas entidades alegavam oferecer serviços ou representações que, na prática, não eram prestados. A CGU iniciou a apuração em 2023 e acionou a PF em 2024 após identificar indícios de irregularidades.
Durante as investigações, foram apreendidos bens de alto valor, incluindo veículos de luxo, joias e obras de arte, pertencentes aos principais suspeitos de liderar o esquema. A operação também identificou que algumas associações tiveram um crescimento exponencial em suas arrecadações nos últimos anos, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos.
Em resposta às fraudes, o INSS iniciou um processo de ressarcimento aos beneficiários prejudicados. A partir de 14 de maio, os aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos podem solicitar a devolução dos valores por meio do aplicativo “Meu INSS” ou pela Central de Atendimento 135. Até o momento, mais de 1,7 milhão de pedidos de reembolso foram registrados.
O governo federal também anunciou uma busca ativa para localizar e atender as vítimas da fraude, visando garantir que todos os prejudicados sejam devidamente ressarcidos. Além disso, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi proposta para investigar o caso e apurar responsabilidades.
O escândalo gerou debates políticos sobre a responsabilidade pelas fraudes, com discussões sobre a atuação de diferentes gestões governamentais no período em que os descontos indevidos ocorreram. Enquanto isso, as investigações continuam, e o governo busca implementar medidas para evitar que casos semelhantes ocorram no futuro.