Ministro do STF, Alexandre de Moraes, decreta prisão preventiva de Carla Zambelli após fuga para os EUA. Medida inclui bloqueio de bens, passaportes e inclusão na lista da Interpol. Saiba os detalhes .

O Decreto de Prisão Preventiva

Nesta quarta-feira, 04 de junho de 2025, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão ocorre após a parlamentar deixar o Brasil e anunciar que está nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Europa.

A medida atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e inclui:

  • Bloqueio de passaportes (incluindo o diplomático)
  • Inclusão na lista vermelha da Interpol
  • Congelamento de salários, contas bancárias e bens
  • Bloqueio de perfis em redes sociais
  • Multa diária de R$ 50 mil por descumprimento .

Os Motivos da Prisão Preventiva

1. Fuga do Brasil e Risco à Justiça

Alexandre de Moraes destacou que a viagem de Zambelli tem “natureza inequívoca de fuga à jurisdição brasileira”, especialmente devido à proximidade do julgamento de embargos de declaração e da possível perda do mandato parlamentar .

A deputada cruzou a fronteira com a Argentina de carro e, de lá, embarcou para a Flórida (EUA). Ela afirmou que busca tratamento médico, mas Moraes considerou que o real objetivo era evitar a aplicação da lei penal .

2. Condenação Anterior por Invasão ao CNJ

Zambelli já havia sido condenada pelo STF a 10 anos de prisão em maio de 2025 por ordenar a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O crime visava emitir um mandado de prisão falso contra o próprio Alexandre de Moraes .

3. Outros Processos em Andamento

A deputada também responde por:

  • Porte ilegal de arma e constrangimento ilegal (episódio em que perseguiu um apoiador de Lula em 2022)
  • Inquérito das Fake News (disseminação de desinformação e ataques ao STF)
  • Inquérito das Milícias Digitais (articulações golpistas pós-eleições) .

As Medidas Cautelares Determinadas por Moraes

O ministro adotou uma série de medidas para garantir a efetividade da prisão:

1. Bloqueio Financeiro e de Bens

  • Salários e verbas parlamentares congelados
  • Contas bancárias e PIX bloqueados
  • Veículos, embarcações e aeronaves indisponíveis .

2. Restrições Digitais

  • Perfis no Facebook, Instagram, X (Twitter), TikTok, Gettr e LinkedIn suspensos
  • Multa de R$ 50 mil/dia se continuar publicando conteúdo criminoso .

3. Inclusão na Lista da Interpol

A Polícia Federal foi acionada para incluir Zambelli na difusão vermelha da Interpol, facilitando sua eventual captura no exterior .


A Reação de Carla Zambelli

Em nota, a deputada classificou a decisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária” e afirmou que “não reconhece a legitimidade de Alexandre de Moraes” .

Ela ainda declarou à CNN Brasil que pretende “denunciar Moraes no exterior”, alegando perseguição política. No entanto, especialistas afirmam que a cidadania italiana não a protege de extradição ou prisão internacional .


Impactos Políticos e Jurídicos

1. Repercussão no Congresso

A Câmara dos Deputados será notificada para cumprir as medidas. Caso Zambelli seja presa, o plenário decidirá se mantém ou não a prisão, conforme prevê a Constituição .

2. Críticas e Apoio à Decisão

  • PT e aliados comemoraram a medida, destacando o “combate à impunidade”.
  • Bolsonaristas acusaram Moraes de “perseguição política”, enquanto Eduardo Bolsonaro afirmou que o ministro “criará um incidente diplomático” .

3. Possíveis Cenários

  • Extradição: Se capturada, Zambelli pode ser repatriada, mas a Itália (onde tem dupla cidadania) poderia barrar o processo.
  • Prisão no Exterior: Países como EUA e Itália podem cooperar com a Interpol .

Conclusão: Um Caso que Divide o Brasil

A prisão de Carla Zambelli reforça o acirramento político no STF e a polarização no Congresso. Enquanto defensores da medida celebram o fortalecimento da Justiça, críticos veem excesso de autoridade.

O desfecho ainda é incerto, mas uma coisa é clara: o caso deve gerar desdobramentos internacionais e abrir novos capítulos na crise institucional brasileira.

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